Uma das culturas mais intrigantes até hoje, em todos os aspectos, é sem dúvida, a Inca.

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A palavra inca significa "chefe", "príncipe". O Inca era o chefe
religioso e político de todo o Tawantinsuyo. Ele praticava a soberania
suprema. Pesava o facto de que o Inca era venerado como um deus vivo,
pois era considerado o Filho do Sol. Os seus súditos seguiam as suas
ordens com total submissão. Apenas o mais nobre homem da linhagem Inca
podia dirigir a palavra ao Inca e repassar as informações aos outros
súditos.

A Civilização Inca desenvolveu-se na região da Cordilheira dos Andes
(América do Sul ) nos actuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram
no século XIII a capital do império a cidade sagrada de Cusco, era lá
que havia o maior templo de culto ao deus Sol, o principal deus da
religião inca.
Expandiram-se entre 1438 e 1531 em 1532, iniciou-se uma guerra civil e
nesse mesmo ano Francisco Pizarro atingiu o Peru com o seu pequeno
exército espanhol e conseguiu capturar o seu Inca (Atahuallpa). Este foi
morto por estrangulamento no dia 29 de Agosto de 1533. Com a sua morte
também acabava a "existência independente de uma raça nobre". A morte de
Atahualpa foi o começo do fim do Império Inca.

O povo Inca tornou-se conhecido em todo o mundo pela sua cultura e tradição.
Cultura Inca
Os incas desconheciam a escrita, mas criaram um interessante e eficiente sistema de contagem o Quipo.
Era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor
representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as
colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este
povo não desenvolveu um sistema de escrita.

Praticavam diversas danças, como rituais, cada uma com o seu significado
e em ocasião adequada à mesma de acordo com os costumes e crenças. Os
artesãos incas eram peritos na lavra de ornamentos de ouro e prata e
deixaram peças admiráveis feitas nesses metais, em cobre e cerâmica.
Excelentes tecelões, decoravam tecidos de vicunha e algodão com penas
coloridas.
Os Incas realizavam uma peregrinação até ao chamado “Vale Sagrado dos
Incas”que se localiza nas cidades de Pisac e Machu Picchu, no Peru,
prolongando-se por mais de 100km. É chamado assim por ser localizado
próximo a Cuzco e ser formado pelas correntezas do rio Willkanuta (Casa
do Sol), além de possuir milenares centros administrativos, rica flora e
fauna, inumeráveis riachos e quedas de água entre os bosques mais altos
do mundo. Os Incas acreditavam que o rio Willkanuta era sagrado. Para
eles o rio era o espelho da Via-Láctea, sendo que esta era o rio sagrado
no Céu e aquele o rio sagrado aqui na Terra.
De acordo com a cultura inca, de 1990 a 2012, a Humanidade estaria
vivendo um período chamado Taripay Pacha (idade de conhecermos a nós
mesmos), em que evoluiria espiritualmente e, em seguida, o tempo,
conforme o conhecemos, deixaria de existir.
A agricultura era
extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus
formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho
(alimento sagrado), algodão, tabaco e batata. Construíram canais de
irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias.

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Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) que utilizavam como meio de transporte, para além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, eram também criadas alpacas e vicunhas.

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Religião
Os Incas eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses como o
trovão, a lua, o mar, o sol. Adoravam principalmente o Sol (deus Inti)
reencarnado em no Inca ou imperador, que era filho do Grande Sol, deste
modo o Imperador era considerado deus dentre o povo.
Adoravam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar.
Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).
A religiosidade dos incas era marcada pela adoração de vários elementos
da natureza. No sistema de valores da religião inca, todos os
benefícios alcançados deveriam ser retribuídos com algum tipo de
sacrifício que expressava a gratidão dos homens. Por esse facto,
observamos que os incas organizavam vários rituais onde os sacrifícios,
inclusive de humanos, eram comuns.

Educação
Entre os Incas existia uma elite formada por funcionários, chefes
valorosos e mesmo por chefes vencidos que haviam sido integrados ao
império. Os filhos desta elite eram educados nas escolas de Cuzco onde
aprendiam história, astronomia, agrimensura, respeito a um deus supremo.
Também lutavam, corriam, fabricavam armas e sandálias. A educação era
severa, compreendendo jejuns e exercícios violentos que poderiam até
resultar em morte. Terminado este período, o menino era apresentado ao
Inca que lhe furava a orelha passando a ser este um símbolo de sua
distinção social.
Economia
Dirigida pelo estado, a economia inca era acima de tudo agrária e
baseada no plantio de batata e milho. As técnicas eram muito
rudimentares, pois não se conhecia o arado. Os incas, no entanto,
desenvolveram um sistema de irrigação com canais e aquedutos. As terras
pertenciam ao estado e eram repartidas, a cada ano, entre os vários
estratos sociais. Não existia, portanto, a propriedade privada. A
aristocracia recebia as melhores terras, cultivadas pelas classes mais
baixas. Na pecuária, também importante, destacavam-se os rebanhos de
lhamas, alpacas e vicunhas, que forneciam carne, leite e lã, além de
serem usadas no transporte. O comércio não era importante e não existia
moeda. Os incas desconheciam a roda, mas construíram uma excelente rede
de estradas que ligava Cuzco a todo o resto do império.
Comércio
O comércio entre os indígenas era feito através de permutas. Nas feiras
podiam encontrar alimentos (milho, mandioca, feijão, mel etc) cerâmica,
tecidos e instrumentos agrícolas. Os indígenas muitas vezes
utilizavam-se de uma espécie de "serviço de crédito", ou seja, já tendo
trabalhado, podiam receber alimentos. Contudo, o comércio não era grande
porque parte considerável da população produzia o que necessitava.
Os incas eram construtores exímios.
Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente
ajustadas que era impossível introduzir a lâmina de uma faca entre as
pedras . Milhares quilômetros de estradas ligavam as quatro províncias
ou confins como as chamavam, à Cuzco a capital, era superior a tudo o
que existia à data na Europa.

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Na arquitetura, desenvolveram
várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como
templos, casas e palácios. Os principais monumentos são o templo de
Coricancha, em Cuzco, as fortalezas de Sacsahuamán, Pukara e Paramonga e
as ruínas de Machu Picchu .
A cidade de Machu Picchu foi
descoberta somente em 1911 pelo historiador americano Hiram Bingham e
revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. Edificada num
penhasco situado a mais de 2350 metros de altitude, a antiga cidade
inca de Machu Picchu (em língua quíchua, velha montanha) encerra ainda
muitos dos seus segredos.

Era um lugar sagrado, onde somente o inca, a nobreza, os sacerdotes e as mulheres escolhidas podiam entrar.

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A magia de Machu Picchu, a cidade perdida
dos incas, como é apelidada, reside no facto dela nunca ter sido
descoberta pelos espanhóis. Portanto, foi um local praticamente intocado
e onde, hoje, se pode ter uma ideia bem clara de como viviam os Incas.
Actualmente apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o
restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente
reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é
formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as
rochas. Machu Picchu é sinônimo de beleza, mistério e mágia.
O lugar foi elevado à categoria de Património Mundial pela UNESCO por ser considerada o berço de uma das civilizações mais misteriosas e atraentes da história, os Incas.

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"A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos. " (Cícero)
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